6 de maio de 2012

Piazzolla - Verano Porteño


Verano porteño by Astor Piazzolla on Grooveshark


Astor Piazzolla
Na última semana incluímos no nosso repertório uma peça de Astor Piazzolla, daquelas que não deixam indiferentes os que as ouvem. Os amantes do tango irão vibrar com essa obra que promete muito trabalho e a proporcional recompensa.

"Verano Porteño" (literalmente seria algo como Verão de Buenos Aires) é uma peça, que segundo pudemos apurar, foi composta por encomenda para uma obra de teatro - "Melenita de Oro" de Alberto Rodriguez Muñoz - junto a outras 3 canções.

Abaixo vocês podem conhecer um pouco sobre o disco, lançado em 1965, e também passear pela  biografia desse argentino genial, que revolucionou a forma de entender o tango incluindo pinceladas de jazz e que por isso foi aclamado por uns e criticado por outros.


Capa do álbum Melenita de Oro - 1965

MELENITA DE ORO
(POLYDOR 10068) [33rpm] 1965, Argentina.
compilación: #37+#74+#78+#79[+4]: POCP-1714

Verano porteño
Al compás de los tamangos
C'est l'amour
Tres Sargentos

Quinteto Nuevo Tango

Astor Piazzolla ("bandoneón", arranjo, direção)
Jaime Gosis (piano)
Antonio Agri (violino)
Kicho Díaz (baixo)
Oscar López Ruiz (guitarra)

Música: Astor Piazzolla
[G] 1965, Buenos Aires


Biografia de Astor Piazzolla

Astor Pantaleón Piazzolla, nascido no dia 11 de março de 1921 na cidade de Mar del Plata, passou a infância entre Buenos Aires e Nova York - mais na segunda cidade que na primeira. Começou a estudar música aos 9 anos nos Estados Unidos, dando continuidade em Buenos Aires e na Europa. Em 1935 teve um encontro quase místico com Carlos Gardel, ao participar como extra no filme El Día que me Quieras (o menino que entrega jornais).



Sua carreira começa verdadeiramente quando decide participar como bandoneonista na orquestra de Aníbal Troilo. Em 1952 ganha uma bolsa do governo francês para estudar com a legendária Nadia Boulanger, quem o incentivou a seguir seu próprio estilo. Em 1955, de volta a casa, Astor forma o Octeto Buenos Aires. Sua seleção de músicos - em uma experiência similar à jazzística norte-americana de Gerry Mulligan - termina delineando arranjos atrevidos e timbres pouco habituais para o tango, como a introdução de guitarra.

A presença de Astor gerou ao princípio receios, inveja e admiração entre a comunidade tangueira. Nos anos 60 Piazzolla teve que defender com unhas e dentes sua música, abalada pelas fortes críticas. A controvérsia girava em torno de se sua música era tango ou não, a tal ponto que Astor teve que chamá-la de "música contemporânea da cidade de Buenos Aires". Mas isso não era tudo: Astor provocava a todos com sua vestimenta informal, com sua pose para tocar o bandoneón (tocava de pé, quando a tradição era segurar o fole sentado) e com suas declarações que mais pareciam desafios.

A formação da primeira parte dos anos 60 foi, basicamente, o quinteto. Seu público era integrado por universitários, jovens e pelo setor intelectual, se bem estava longe de ser massivo. Astor já tinha fama de durão e bravo, de lutador, estava em pleno período criativo e se rodeou dos melhores músicos.

Com Adiós Nonino, Decarísimo e La Muerte del Ángel começou a trilhar um caminho de sucesso que tería picos em seu concerto no Philarmonic Hall de Nova York e na musicalização de poemas de Jorge Luis Borges.

Em seus últimos anos, Piazzolla preferiu apresentar-se em concertos como solista acompanhado por uma orquestra sinfônica com uma ou outra apresentação com seu quinteto. Foi assim que percorreu o mundo e ampliou a magnitude de seu público em cada continente pelo bem e a glória da música de Buenos Aires.

Astor Piazzolla faleceu em Buenos Aires no dia 4 de julho de 1992, mas deixou como legado sua inestimável obra e a enorme influência de seu estilo. Na verdade, a produção cultural sobre Piazzolla parece não ter fim: se estende ao cinema e ao teatro, é constantemente reeditada pelas discográficas e ganha vida na Fundación Piazzolla, liderada por sua viúva, Laura Escalada.

(fontes: http://homepage2.nifty.com / http://www.mibuenosairesquerido.com)

1 de maio de 2012

Levando a solidão e a coragem...

Na última semana começamos a ensaiar Canoa, Canoa de Nelson Ângelo e Fernando Brant.

A música fala sobre a tribo Avá-canoeiro.

Os índios Avá-canoeiro ficaram conhecidos na literatura histórica e na memória oral dos antigos goianos como o povo que mais resistiu ao colonizador, recusando-se terminantemente a estabelecer contato pacífico. Eles falam uma língua tupi-guarani e se autodenominam ãwa (gente, ser humano). Quando foram encontrados pelos primeiros colonizadores do Brasil Central, na segunda metade do século 18, moravam nas cabeceiras do Rio Tocantins, ocupando a Terra Indígena Taego Ãwa, que fica à margem direita do Rio Javaés, importante afluente do Araguaia. A perseguição incessante e o extermínio levaram à dispersão e fragmentação do grupo, reduzido hoje a 25 pessoas, segundo a Funai.

(fonte: http://www.xingu-otomo.net.br)



Índios da tribo Avá-canoeiro.

Confiram a gravação realizada por Milton Nascimento para o álbum duplo Clube da Esquina 2, lançado em 1978.



Canoa, Canoa
(Nelson Ângelo - Fernando Brant)

Canoa canoa desce
No meio do rio Araguaia desce
No meio da noite alta da floresta
Levando a solidão e a coragem
Dos homens que são

Ava avacanoê
Ava avacanoê

Avacanoeiro prefere as águas
Avacanoeiro prefere o rio
Avacanoeiro prefere os peixes
Avacanoeiro prefere remar
Ava prefere pescar
Ava prefere pescar

Dourado, arraia, grumatá
Piracará, pira-andirá
Jatuarana, taiabucu
Piracanjuba, peixe-mulher

Avacanoeiro quer viver
Avacanoeiro só quer pescar
Dourado, arraia e grumatá
Piracanjuba, peixe mulher